22.6.10

Casa Euclidiana: anotações de Honório de Sylos



Em 1946, eu era diretor-geral do Departamento Estadual de Informações. Elaborei o projeto de criação da Casa Euclidiana, que o então interventor José Carlos de Macedo Soares aprovou sem mudar uma palavra. E ele fez questão de, como combinou comigo, visitar São José, logo no dia seguinte à aprovação do Decreto nº 15.961. Desceu em carro na casa em que eu estava hospedado, residência Nóca – Antônio Caetano de Lima, meus tios, em frente ao velho Paço Municipal. Depois, a pé, acompanhado de grande multidão, foi à beira do rio Pardo, conhecer a cabana histórica.

A verba federal de CR$ 500.000,00 foi obtida graças a uma sugestão minha: o deputado Nelson Omegna apresentou o Projeto, cujo esboço foi por mim preparado. A propósito, telegrafei aos deputados da Bancada Paulista. Pleiteei um ofício de apoio do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Aprovado o Projeto, fui ao Rio para obter o crédito e a remessa da referida soma para São José. Tudo foi fácil, imagine que o ministro da Educação era Pedro Calmon, do Exterior, Macedo Soares; do Trabalho, justamente, o autor do Projeto.

Rubens Ortiz, então diretor da Casa Euclidiana, realizou brilhante trabalho na aplicação do dinheiro. Tudo foi feito mediante tomada de preço. Agimos exemplarmente (a documentação se encontra na Casa de Euclides, oferta por mim feita a 16 de maio de 1983 e pode ser examinada). No que se refere ao acervo da Biblioteca, os primeiros livros que ela recebeu foram doação minha, como diretor-geral do DEI - coleção completa da Brasiliana, da Editora Nacional. Além disso doei ao Museu um busto de Euclides, obra do escultor Júlio Guerra.

Honório de Sylos, junho de 1983

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