27.10.08

Malogrado Mercado!




"Resenha", na década de 1920, fez campanha contra a construção do Mercado na praça Barão do Rio Branco ou Largo do Grupo Escolar, como era conhecido o local. Ali, segundo o jornal, deveria ser erguido um monumento em comemoração ao Centenário da Independência. A construção do mercado, pelo seu formato diferenciado, foi apelidada de "navio". Nada adiantaram as críticas e o prédio foi concluído. Por muitos a praça, que não tinha ajardinamento, também serviu de local para circos. O mercado original era circundado por uma espécie de terraço contornando todo o prédio e que foi depois fechado.



"Ó malogrado Mercado! Sacrificaste a nossa melhor e única praça, sacrifício esse que não passa de um crime e um attentado à esthetica, não deixando de affectar também a saúde pública! Quando Prefeito o finado cel. João Moreira e secretário do Interior o dr. Carlos Botelho, não se consentio a construcção de uma igreja no Largo do Grupo Escolar, allegando-se que a igreja perturbaria o bom funccionamento do Grupo Escolar. Na ocasião dos festejos e commemoração do centenário da nossa Independência, houve quem opinasse, por meios de artigos publicados na "Gazeta do Rio Pardo", que se devia construir o monumento perpectuador da data história no centro do Largo do Grupo Escolar, como o melhor meio de poder isso ficar gravado na memória dos escolares, que diariamente encaminham-se para o templo da instrucção. O dr. Vicente Pinheiro, então prefeito, não concordou que se fizesse o referido monumento, allegando que o Largo do Grupo Escolar devia conservar-se livre de todo e qualquer embaraço e por hypothese alguma não devia retalhar a única praça espaçosa, existente na nossa cidade.
A igreja e o monumento à Pátria, em frente à casa da instrucção, não!
O Mercado, com suas exposições de rabanetes, couves, bananas, toucinho salgado, peixes fedorentos e titica de galinha, sim!
Ó Santo critério de todos os hygienistas, maior cabeçada não podias dar..."

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