25.3.08

Abastecimento de água

Longe de ser considerado um serviço público exemplar, o abastecimento de água em São José do Rio Pardo, em toda sua história, sempre foi motivo de acaloradas discussões. Na São José do Rio Pardo dos anos 1920, quando a água chegava à cidade por uma adutora que vinha de Sapecado (Divinolândia), o jornal "Resenha", de Paschoal Artese, publicou uma série de artigos intitulada "Cousas da Hygiene" em que o articulista "Flaminius" tece comentários a respeito de captação, distribuição e cuidados com a água. No trecho a seguir, extraído da edição de 21 de abril de 1926, "Flaminius" relata a quantidade de água de água que deveria ser servida a cada habitante e onde deveria ser utilizada, segundo o Código Sanitário em vigor.
COUSAS DA HIGIENE — "(...) Resta dizer alguma coisa a respeito do volume d’água dos reservatórios. Manda o Código Sanitário do Estado de São Paulo que os reservatórios das cidades tenham capacidade sufficientes para serem distribuídos 200 litros por copita. No Rio de Janeiro essa taxa é de 250 litros e nos Estados Unidos é de 400. Esses 200 litros por copita são divididos theoricamente da seguinte forma: banho: 80 litros; lavagem de roupa: 50 litros: pequenos cuidados hygienicos (toilete matinal, lavagem de mãos durante o dia): 20 litros; alimentos: 5 litros; hygiene da casa: 50 litros. Naturalmente, o consumo diário não se eleva a 200 litros, mas na supposição de que cada habitante utilisasse essa quantidade, nunca faltaria água; caso contrário haveria sobra que ficaria em reserva.
Prometteu-nos o Dr. Ruy Machado, digno vice-prefeito desta cidade, fornecer-nos a analyse da água e o recenciamento de São José para poderem fazer um estudo comparativo e ver se o abastecimento da localidade se enquadra dentro das normas hygienicas apontadas (...)".
Quase noventa anos depois, os índices de consumo são outros. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a quantidade necessária e suficiente de consumo médio de água por habitante em centros urbanos é de 140 litros por habitante por dia. No Brasil, de acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, do Ministério das Cidades, Rio de Janeiro ainda é o Estado que mais consome (232 litros por habitante). No Estado de São Paulo o consumo é de 166 litros).

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