Labieno da Costa Machado e Sousa, filho de José da Costa Machado e Souza e de Maria Isabel Machado e Souza, nasceu em 27 de setembro de 1879, na fazenda Vila Costina, propriedade de seu pai, em São José do Rio Pardo.
Cresceu em uma família de tradição política e empreendedora.
O pai, Dr. José da Costa Machado, no Segundo Reinado, ocupara o cargo de Presidente da Província de Minas Gerais de 1867 a 1868, durante o Gabinete de Zacarias de Góes Vasconcelos. Quando abandonou a política em terras mineiras, integrou uma das levas que veio procurar, em São Paulo, principalmente na região Nordeste do Estado (nossa região), terras próprias para a cultura do café e ambiente político favorável para suas idéias.
Já estabelecido em São Paulo, foi sob sua liderança que um grupo de fazendeiros construiu o Ramal Férreo do Rio Pardo, um prolongamento que uniu São José do Rio Pardo à linha férrea da Mogiana, que passava pela cidade de Casa Branca, distante cerca de 30 quilômetros. O projeto propunha a extensão da linha para regiões do Sudeste Mineiro, onde o café já ganhava projeção, necessitando cada vez mais deste meio de transporte para escoar a produção até o porto de Santos.
Politicamente, a família Costa Machado, através de seu patriarca, José da Costa Machado e Souza, a partir de sua presença em São Paulo, passou para as fileiras do Partido Republicano Paulista (PRP), sendo eleito deputado federal constituinte em 1890, para a elaboração da primeira constituição republicana brasileira.
Aos 21 anos, Labieno da Costa Machado teve a oportunidade de ampliar sua formação em terras européias. Como noticiou o jornal rio-pardense "O Rio Pardo", de 12 de julho de 1900, "(...) o filho do importante agricultor José da Costa Machado, embarca para a Alemanha, onde pretende estudar engenharia (...)".
Apesar de longos períodos passados na Europa, o que serviu para apurar sua formação em termos de cultura e conhecimentos técnicos modernos, retomou ao Brasil e se formou Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 14 de dezembro de 1909.
Antes que as questões político-econômicas assumissem um papel predominante na vida do empresário de terras, outras atividades, de caráter mais urbano, também fizeram parte de seu cotidiano, como o interesse pela instalação de um cinematógrafo na cidade do Rio de Janeiro. Também atuou em causas humanitárias pela Cruz Vermelha Brasileira durante os trabalhos de combate à gripe epidêmica que atacou a região de São José do Rio Pardo nas primeiras décadas do século XX.
Voltando às questões de conotação política, muito antes de assumir o controle de parte do patrimônio familiar, o Dr. Labieno da Costa Machado já se expressava publicamente sobre questões de primeira ordem no canário político e econômico do país. O café, sem dúvida, não poderia deixar de ser uma de suas principais preocupações, objeto de várias intervenções através dos jornais. Afinal, o ponto original de todo o patrimônio obtido pela família Costa Machado, aqui em São Paulo, estava na Fazenda Vila Costina, em São José do Rio Pardo, com cerca de 600 alqueires, dos quais 300 alqueires ocupados por cafezais. O café ainda era a estrela da economia agrária brasileira.
Foi a partir dessa condição de grande produtor de café, não só restrita a Fazenda Vila Costina, que se chegou à condição de comissário de café, através da Empresa Machado de Sousa e Cia., com escritório em Santos, tendo como sócio o seu irmão Jordano da Costa Machado. Chegaram a ter ponto de comercialização em Milão, na Itália, para distribuição da marca de seu produto, o Costina Coffee.
Na área de colonização e imigração, antes de desenvolver a colonização na Fazenda Vale do Paranapanema, na região do Pontal do Paranapanema, também atuou na região da atual cidade de Garça, onde foi um dos responsáveis pela abertura de novas terras para cultura de café e colonização, como o núcleo de Labianópoles, que mais tarde incorporou-se à cidade de Garça.
Até hoje o nome do Dr. Labieno da Costa Machado é reverenciado na região de Garça como o fundador do primeiro núcleo de colonização. A avenida central da cidade de Garça leva o nome de Labieno da Costa Machado, tendo também um museu municipal que preserva grande quantidade de material relativo ao início da ocupação da região e dos primeiros momentos da cidade e a participação do Dr. Labieno da Costa Machado.
A preocupação com a agricultura do País, em especial com a lavoura de café, continuou a merecer novas intervenções públicas por parte do fazendeiro. São vários os artigos que tratam desta questão que, segundo sua visão, nunca foi merecedora de uma atenção verdadeira e definitiva por parte das autoridades brasileiras.
Prof. Marcos De Martini, do Departamento de História da FEUC
São José do Rio Pardo.
12.2.08
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4 comentários:
gostaria de saber mais sobre o Dr. Labiano e seu irmao o Dr. Jordano
Fui aluna da Feuc de 1.993 à 1.995, trabalhei como volutária de 1.996 à 1.999 na formação do Centro de Memória desta, limpando,separando, catologando, estudando e pesquisando todo material disponível sobre a família Costa Machado existente na faculdade. Gostaria de saber como anda o centro de memória, se o trabalho já foi encerrado ou como esta o andamento?
Na regiao do pontal ele passou com um aviao soltando placas que dizia ªpropriedade do dr Labieno da costa machadoª com ponta de ferro que ao cair fixava seguramente ao solo, depois foram recrutados colonos vindo da Italia, Japao, que guardava toda a area, e recebiam lotes como pagamento.Muitos foram os grileiros que se fixaram na area depois dele como Maria Matissura, porem mais tarde tiveram que dividir com os politicos e amigos como Enio Pipino, ademar de Barros, Sebastiao Camargo da camargo correia, Familia Negrao, e outros que deixaram de ser capanga de aluguel, e continuaram assassinando os vizinhos e comprando as terras da viuva desamparado e aterrorizada.
Hoje em dia eles querem mandar os lideres do MST para a cadeia por fazer um movimento pacifico e tentar salvar a regiao onde o povo nao tem onde trabalhar e sustentar a Familia.
Meu trisavô italiano veio ao Brasil em outubro de 1900 de navio para ser agricultor na Vila costina na fazenda de Francisco Junqueira Carvalho
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